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quinta-feira, 1 de abril de 2010

Paixão de Cristo


 
foto:Igreja Matriz de Casa Branca

A Paixão de Cristo
Estel@

Lembro-me dos meus tempos de catequismo, onde o Padre Lino ensinava  os dogmas, as rezas e os mistérios da igreja Católica. Era a preparação para fazer a 1♠ Comunhão.
Naqueles tempos, quando chegava a Semana Santa não se comia carne, e se guardava o Santíssimo  com profundo respeito, e até um pouco de medo, porque entre o respeito e o medo a linha era tênue.
Na grandiosa Matriz, os Santos  eram cobertos, num sinal de luto.As crianças não cantavam seus cânticos, pois não era uma semana comum.
Aprendi que, Poncio Pilatos lavou as mãos para não julgar Cristo. Hoje tem muitos Poncios por aí, só que com uma roupagem contemporânea, ora julgando o seu semelhante, ora abstendo de um julgamento digno.
 Aquele que é o simbolo da traição, Judas, que beijou a face de Cristo e o traiu ainda tem muitos discípulos  por aí, beijando a face de crianças, velhos e necessitados, traindo seu semelhante e corrompendo seus ideais.
E Cristo morreu para nos salvar!
O que mais me chamava a atenção, e me comovia  era a
imensa procissão do Senhor Morto,  em um andor carregado por homens com capas pretas e  cordões vermelhos,  que eu não sabia o significado.
Mas também me divertia na inocência de uma criança, com os anjos as vezes com uma asa caída e assoprando a mão, pois a cera da vela acesa sempre respingava. O coroinha a balançar o incensário, e o som da matraca, mas muito compenetrada no simbolismo do momento.
Olhando o horizonte, aquelas velas acesas na subida da rua, seria a esperança de Luz para todos?
Mas o que mais ansiava era o comovente encontro de Maria com seu Filho. Lágrimas brilhavam em todos os olhos, e hoje quantas Marias não choram do mesmo jeito pelos seus filhos que foram apedrejados, maltrados pela guerra, fome e violência.
E Cristo morreu para nos salvar!
Na descida da procissão, eu reparava nas janelas das casas, com toalhas roxas, que significava penitência, aflição e melancolia, pelo menos era o que minha mãe dizia. Tendo apenas um crucifixo, eu olhava aquilo atentamente e sabia que era um luto, uma dor, uma perda e um dia de profunda tristeza, somente suaviavizado pela Ressurreição
E assim descia a rua principal, onde tudo terminava na mesma igreja onde tudo começou.
Todos se retiravam em silêncio, o altar da igreja continuava desnudo, sem arranjos florais no Sacrário. Era um dia austero, sombrio e silencioso, mas com uma grande esperança na glória da Ressureição, o viver novamente, e
    com Ele eternemente viveremos!
Estel@

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