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quarta-feira, 4 de abril de 2012

Paixão de Cristo by Estel@


A Paixão de Cristo
Estel@
Lembro-me dos meus tempos de catequismo, onde o Padre Lino ensinava os dogmas, as rezas e os mistérios da Igreja Católica Era a preparação para fazer a Primeira Comunhão. Naqueles tempos, quando chegava a Semana Santa não se comia carne, e se guardava o Sntíssimo com profundo respeito, e até um pouco de medo, porque entre o respeito e o medo a linha é tênue. Na grandiosa Matriz, os santos eram cobertos, num sinal de luto. As crianças não cantavam seus cânticos, pois não era uma semana comum. Aprendi que, Poncio Pilatos lavou as mãos para não julgar Cristo. Hoje tem muitos Poncios por aí, só que com uma roupagem contemporânea, ora julgando o seu semelhante, ora abstendo de um julgamento digno. Aquele que é o símbolo da traição, Judas, que beijou a face de Cristo e o traiu, ainda tem muitos discípulos por aí, beijando a face de crianças,velhos e necessitados, traindo seu semelhante e corrompendo seus ideais.
E Cristo morreu para nos salvar!
O que mais me chamava a atenção, e me comovia era a imensa procissão do Senhor Morto, em um andor carregado por homens de capas pretas e cordões vermelhos, que eu não sabia o significado. Mas também me divertia na inocência de uma criança, anjos com uma asa caída e assoprando a mão, pois a cera da vela acesa sempre respingava. O coroinha a balançar o incensário, e o som da matraca, olhava aquilo muito compenetrada no simbolismo do momento. Ohando para o horizonte, velas acesas na subida da rua seria a esperança de luz para todos?
Mas o que mais ansiava era o comovente encontro de Maria com seu Filho. Lágrimas brilhavam em todos os olhos,e hoje quantas Marias não choram do mesmo jeito pelos seus filhos que foram apedrejados. maltrados pela guerra, fome, drogas e violência.
E Cristo veio para nos salvar!
Na descida da procissão eu reparava nas janelas das casas, com toalhas roxas, que significava penitência, aflição e melancolia, pelo menos era que minha mãe dizia. Tendo apenas um crucifixo, eu olhava aquilo atentamente e sabia que era um luto, uma dor, uma perda e um dia de profunda tristeza, somente suavizado pela Ressurreição.
E assim descia a rua principal, onde tudo terminava na mesma Igreja onde tudo havia começado. Todos se retiravam em silêncio, o altar da Igreja continuava desnudo, sem arranjos florais no Sacrário.
Era um dia austero, sombrio e silencioso, mas com grande esperança na Glória da Ressurreição, o viver novamente e com Ele eternamente viveremos.
E Cristo veio para nos salvar!

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